Tem filmes que a gente assiste e parece que ajudou a escrever o roteiro. Quando vi Grandes Esperanças foi assim.
Na época, minha missão era escrever uma resenha sobre a história de Finn e Estella. Era uma tarefa importante, eu deveria ver o filme com olhos atentos, prontos para perceber mensagens subliminares, interpretar cenas, captar pequenas sutilezas.
Mas como era um filme de 1998 (baseado no livro de Charles Dickens), acabei não encontrando na minha locadora de sempre. Procurei em livrarias, queria comprá-lo, afinal, tinha assumido o compromisso de que assistiria ao filme e escreveria sobre ele. Estava esgotado em Porto Alegre e levaria dez dias para chegar de São Paulo. Eu não podia esperar. Minha curiosidade não permitiria. Por sorte, acabei achando em DVD numa locadora perto do trabalho. Foi a primeira e única vez que fui ao tal estabelecimento.
Comecei a ver o filme com atenção. Com um bloco de anotação nas mãos, ia listando características de Estella (Gwyneth Paltrow). Ela era a grande paixão de Finn (Ethan Hawke), que a tinha como inalcançável. Nas mãos de Estella, ele era como um brinquedo, manipulado, envolvido por seus caprichos. Na verdade, Finn sabia que seria magoado. Durante boa parte da história fiquei em dúvida se algum dia Estella realmente sentiu algo por ele.
O filme terminou e, enquanto os créditos apareciam, decidi não escrever a tal resenha. Me limitei a fazer apenas um breve comentário. Para mim, o filme evocou a fragilidade e a efermeridade do amor. Não é bom perceber que as grandes esperanças que se tem de viver uma grande história se dissipam quando alguém não está disposto a arriscar.
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