domingo, 10 de agosto de 2008

Quando alguém escreve o que eu queria ter escrito

Falava esses tempos com o meu querido Feltes. Lá pelas tantas, ele me mandou a letra de uma música que eu queria ter escrito. Ou melhor, era daquelas trilhas para certos momentos da vida. O meu momento de agora. Sim, também tenho trilhas sonoras específicas, para episódios e fases. Mas esta, para ele, também fazia sentido, remetia a alguma situação, algo que fica melhor recordar com notas musicais. Divido este belo texto com vocês.

Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte de cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre
Caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa coma somente a cereja
Jogue para cima faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal do sal do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre
A cada mil lágrimas sai um milagre
Poesia de alice ruiz, musicada por Itamar assumpção

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