Com um certo atraso, assisti hoje Paris, je t'aime. A cidade do amor, ou a cidade luz, sobre a qual tenho lido muito e sonhado muito, é apresentada a partir do olhar de 20 cineastas.
Para quem espera um filme corrido, com histórias amarradas, Paris je t'aime pode ser chato ou desconexo. Mas de qualquer forma, nos 20 curtas de apenas cinco minutos há o comportamento parisiense, há todo aquele cenário, com direito a torre, cafés, cemitérios e todo o encantamento e charme que só a capital da França tem.
Eu destacaria a pequena história vivida por Natalie Portman (Francine, do segmento "Faubourg Saint-Denis"), uma jovem atriz que tem um romance com um cego. Os altos e baixos da relação aparecem em forma de lista, como se tudo não passasse de uma cena ensaiada por ela.
Não lembro exatamente das falas, mas uma delas trata-se de algo do tipo: "A gente se abraça, se beija, se aproxima. Nós nadamos, eu estudo pras provas, ela grita. Vamos ao cinema, ela ensaia. A gente se abraça, se beija, ela grita (com razão e sem razão), a gente discute. Eu estudo pras provas, não vamos mais ao cinema, não nos beijamos..."
Fiquei pensando se todas as histórias (de amor ou não) podem ser contadas assim, feito listas de tarefas, com exatos começo, meio e fim. Tudo parece estanque, sem emoção, mas também sem sofrimento, sem dúvida e sem atitudes sem sentido. Tudo parte de um script.
O problema é quando a gente teima em querer mudar, reescrever as cenas com as próprias palavras.
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