quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Indiadas

Ver o Parque de Exposições Assis Brasil lotado (no domingo foram mais de 93 mil pessoas), em mais uma edição da Expointer, me faz lembrar de algumas histórias de piá. Hoje, depois de adulta, só entro na feira para trabalhar. Mas sempre me recordo das mesmas cenas.
Na adolescência, com uma turma, qualquer lugar fica interessante e engraçado. Visitar uma feira agropecuária (a maior da América Latina) não é exatamente o programa mais indicado para os aborrescentes, mas a gente adorava porque a cidade deixava de ser pacata.
Eu lembro de ter batido um recorde: fui nos dois sábados e domingos, na terça-feira com o colégio e na quinta-feira com a minha avó. Fora quando resolvia acompanhar o meu pai no domingo de manhã porque ele queria fugir da muvuca.
A gente nem sequer olhava os animais. Eu tinha medo de passar pelo meio daqueles touros deitados, sem nenhuma cerca, também não curtia aquele "aroma" do campo e ninguém "interessante" estaria naqueles pavilhões. Resumindo, a pirralhada ficava em algum bar (o do Lions era o point) ou ia direto para o parque de diversões.
Era lá que os casinhos marcavam de se encontrar (uma vez achei um pretendente na frente do Crazy Dance e tocava a música Tão Seu, do Skank! hahaha), ou a gente ficava admirando a coragem de quem topava andar nos brinquedos mais altos. Fui obrigada no kamikaze e quase morri gritando.
Como sempre chovia, ficava aquele barro por todos os lados. Mesmo sujos, mortos de cansaço, depois de percorrer pavilhões de artesanato, zanzar pelo parque todo, comer morango com chocolate, cocadas e beber capeta, não queríamos ir embora. Só quando as luzes começavam a se apagar, os animais começavam a ser guardados e as maçãs-do-amor vendidas em promoção, a gente resolvia ir embora.
Nostalgia boa. Quando a única preocupação que se tem na vida é passar por média no 4º bimestre, é mais fácil gostar de tudo e encarar essas e outras indiadas.

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