sexta-feira, 26 de setembro de 2008

É pra somar!

Pessoas de extremos, como eu, deveriam pensar na influência do "ou" e do "e" na vida cotidiana. Exercitando um "ou" outro, sabendo usar, dizem que o humor, o estado de espírito e até os soluços melhoram.
Calma, eu explico. Até porque eu preciso entender primeiro para, só depois, colocar em prática. Infelizmente, meu aprendizado se dá assim.
"Ou" eu amo, "ou" eu não amo. Isso. Num trabalho, ou é 100% de energia e tesão empregados "ou" é 0% de motivação, por favor, não me chamem. "Ou" tenho amigos para todas as horas, "ou" não tenho amigos (nem sempre a gente tem saco para conviver com amigos grudentos, com papo cabeça e "que fazem a diferença" o tempo inteiro. Até que é bom ter amigos mais lights, sem cobranças, sem julgamentos, de acordo com a maré).
Durante muito tempo achei que isso era uma marca, algo que designava pessoas fortes, com opinião, decididas. De extremos, melhor dizendo. Não havia variação do tipo: 54,38% apaixonada, 23,16% a fim de trabalhar e 33,33% cansada da vida que eu levo. Era 100% "ou" 0%. Era on "ou" off. Somente.
Mas o que a gente nem sempre pensa é que o "ou" designa exclusão. Tá lá, no dicionário, é a única alternativa possível. Não existe meio-termo. E, muito menos o tão sonhado (e, às vezes, inalcançável) equilíbrio.
Nessas, a gente perde boas oportunidades, dispensa pessoas, reina absoluto na redoma que contrói. Tanta intensidade (ou ausência dela) para nada.
Pois então falemos do "e". É fácil perceber a diferença entre amboa. O "e" soma, é aditivo. É menos firme, mas é mais agregativo. Ele aumenta as opções, não aposta no tudo "ou" no nada, mas, sim, em um pouquinho de tudo, sem se levar tão a sério.
Pois no lugar de ir "ou" não ir a um parque caminhar, a gente pode ir "e" convidar um amigo para passear. Com o "e", as possibilidades são ampliadas, assim como os riscos, é claro. Só que sem risco, perde a graça.
Talvez esses escritos sejam óbvios para muita gente. Não importa. O vale é que leiam "e" pensem, assim como eu fiz agora. Pois não se trata de um texto para gostar "ou" não gostar.

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