quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Quando estou amando

Ser espectador da vida dos outros deve ser algo muito desolador.
Foi isso que senti quando assisti Quando estou amando (Quand j'étais chanteur, de 2006) no último domingo.
O filme conta a história de um cantor de bailes cinquentão (que faz mechas nos cabelos cuidadosamente penteados e displicentemente crescidos) que se apaixona por uma corretora de seguros (beeeeeeem mais nova, recém-divorciada.
Até aí, tudo normal.
Mas tem o lance da diferença de idade, da confusão da vida dela (com um filho pequeno que a rejeita), sua beleza e a carência imensa de ambos. E mesmo com tudo para dar em dor-de-cotovelo, o cantor Alain Moreau encontra em sua amada (platônica) um motivo forte e irrefutável para cantar, cantar muito, expressar todo o seu romantismo e sua cafonice nos palcos da vida.
Até que ele, de cima do palco, assiste sua musa envolvida (superficialmente, apenas por uma noite) com outro monsieur.
Realmente é dolorido demais assistir a felicidade de quem a gente ama. Os mais altruístas até podem dizer que não, que desejam todo o bem para seus amados (mesmo que isso aconteça ao lado de terceiros), mas não é fácil cantar uma balada para embalar momentos importantes nas histórias dos outros.
Antes que pensem que o filme é baixo astral, garanto que é bem o contrário. É comovente à sua maneira, tem aquele clima de baile que eu acho muito legal (apesar de já não existirem mais essas noitadas, pelo menos não aqui, talvez em Paris ainda existam...), sem ser piegas.
E tem aquela coisa: "Quando se está amando", todo mundo fica um pouquinho cafona, um pouquinho piegas e um tanto sem noção.

2 comentários:

Anônimo disse...

Fiquei louca pra ver, Robertinha.

Bj, Lu

Aline C. disse...

E é tão bom ficar cafona, piegas e sem noção nestas condições...rsrs
Suspiros, suspiros...

Bjuu