sábado, 30 de agosto de 2008

Grandes esperanças

Tem filmes que a gente assiste e parece que ajudou a escrever o roteiro. Quando vi Grandes Esperanças foi assim.

Na época, minha missão era escrever uma resenha sobre a história de Finn e Estella. Era uma tarefa importante, eu deveria ver o filme com olhos atentos, prontos para perceber mensagens subliminares, interpretar cenas, captar pequenas sutilezas.
Mas como era um filme de 1998 (baseado no livro de Charles Dickens), acabei não encontrando na minha locadora de sempre. Procurei em livrarias, queria comprá-lo, afinal, tinha assumido o compromisso de que assistiria ao filme e escreveria sobre ele. Estava esgotado em Porto Alegre e levaria dez dias para chegar de São Paulo. Eu não podia esperar. Minha curiosidade não permitiria. Por sorte, acabei achando em DVD numa locadora perto do trabalho. Foi a primeira e única vez que fui ao tal estabelecimento.

Comecei a ver o filme com atenção. Com um bloco de anotação nas mãos, ia listando características de Estella (Gwyneth Paltrow). Ela era a grande paixão de Finn (Ethan Hawke), que a tinha como inalcançável. Nas mãos de Estella, ele era como um brinquedo, manipulado, envolvido por seus caprichos. Na verdade, Finn sabia que seria magoado. Durante boa parte da história fiquei em dúvida se algum dia Estella realmente sentiu algo por ele.

O filme terminou e, enquanto os créditos apareciam, decidi não escrever a tal resenha. Me limitei a fazer apenas um breve comentário. Para mim, o filme evocou a fragilidade e a efermeridade do amor. Não é bom perceber que as grandes esperanças que se tem de viver uma grande história se dissipam quando alguém não está disposto a arriscar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Duas horas de vida suspensa

Desde a época em que a minha mãe pegava a criançada, colocava debaixo do braço e levava para as mantinês, eu adoro ir ao cinema.
Lembro de ter visto A Dama e o Vagabundo, todos os filmes da Xuxa e até o He-Man (com direito a ter o meu pai junto, dormindo de roncar alto!). E meu colégio também proporcionava idas ao cinema de vez em quando. Era uma festa à base de muita bala azedinha (que a gente esvaziava rapidinho e ficava com o céu da boca ferido!).
No domingo fui, mais uma vez, saciar minha vontade de estar em frente à telona. Minha alegria é tanta que, muitas vezes, o filme fica em segundo plano. O enredo nem me importa. Tudo por causa do ritual, das luzes que se apagam, do silêncio (apesar de já ter presenciado vários barracos no cinema, gente sendo levada pra fora por mal comportamento e toda aquela comilança que faz um barulho danado), e o envolvimento total com aquela história.
Li esses dias um livro em que o personagem gostava de ir ao cinema porque sua vida ficava suspensa por duas horas. Durante este período, se esquecia de si, ficava fora de si, de seus problemas e se colocava um pouco naquele mundo em que a trilha sonora é incrível, tudo é intenso e mais bonito.
Gosto tanto da sétima arte que vou ao cinema até mesmo sozinha, não me importo, me sinto bem, ainda mais envolvida com a história, uma sensação quase egoísta de quem não quer dividir aquele momento com ninguém.
Mas também tenho que reconhecer que já tive muito boas companhias que dividiam este gosto comigo. No domingo fui com a minha irmã. Faz horas que perseguimos filmes fora daquela coisa comercial. Já vimos irlandeses, franceses (os que eu mais gosto!), chineses, e muitas co-produções. Um luxo!
Vimos Amar... não tem preço. Audrey Tatou está uma graça, o filme é leve, engraçado, com o melhor da França ao fundo.
Como disse uma senhorinha que estava no AeroGuion, "um filme para fazer a higiene mental". Cinema é bom pra isso.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Uma mente sem idéias, um corpo cansado

Quantas vezes você pára tudo para avaliar a sua vida? Nenhuma? Feliz de você. A ignorância às vezes é um presente.

Não é papo de quem está sempre procurando problemas, reclamando da vida. Mas um pouquinho de auto-crítica faz muito bem à saúde. Ser uma pessoa melhor. É isso que todo mundo devia perseguir.

Numa época do ano em que o corpo está cansado, a cabeça um pouco vazia de boas idéias e a paciência se esvaindo, vale uma pausa para reflexão. Mas com a barulheira dos últimos dias está difícil sossegar e definir o que fazer da vida. Por isso, resolvi começar pela casca: isso, arrumar a casa, limpar tudo, pôr ordem no puleiro. Coisa boa o cheiro de faxina feita, tudo brilhando, vidros transparentes de novo.

Mas a faxina mais demorada é a da rotina, dos maus hábitos, das coisas mal-resolvidas, de tudo o que a gente varre para baixo do tapete. Essa nem com uma pausa de um mês, meditando, é possível resolver... mas tentar já dá uma sensação de alívio, de "estou fazendo alguma coisa para mudar".
Por enquanto, são só tentativas.

domingo, 17 de agosto de 2008

Não vale a pena ver de novo

Eu disse aqui neste espaço esses tempos, que citaria seguidamente trechos do livro da Adriana Falcão, o Mania de Explicação. Adoro este livro. Já comprei uns três para dar de presente e também tenho o meu exemplar. As ilustrações são uma graça. Eu digo que é um livro para crianças grandes (sim, você tem que procurar nas prateleiras da seção infantil das livrarias).
E hoje, este texto é baseado em uma das tantas definições que a menininha criada pela Adriana inventa para tentar explicar o mundo.

Lembrança: é quando, mesmo sem a sua autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

O problema é quando o mesmo capítulo vem sendo repetido sem parar na cabeça da gente. Quem já não ficou com uma coisa martelando, uma cena, revivendo uma situação de olhos fechados? Eu ando com várias na cabeça. Parece que elas me impedem de viver outras cenas da minha própria vida. Ui, sai pra lá. Mas essas reapresentações estão grudadas, não querem sair.

Nas lembranças boas, o que vale é prorrogar o bem-estar do que foi vivido, repetir como se tivesse um controle remoto passando e repassando as cenas, selecionadas. Nas ruins, é bem aquela coisa de louco: repetir milhares de vezes para achar o erro e tentar desculpá-lo, ou para se certificar de que as pessoas fizeram mesmo o que fizeram e sua reação não foi aquela que você esperava.

O fato é que coisas e pessoas que já não importam estão fazendo festa na minha cabeça. Essa gente vem, se instala e eu não consigo expulsá-los. Assim como as situações. Parece que estou vivendo um Vale a Pena Ver de Novo sem ter sido consultada.

Agora, por exemplo, estava lembrando o que eu fazia há um ano, num domingo desses de agosto. Sei direitinho: dormi até mais tarde porque tinha ido a um aniversário na noite anterior. Almocei com minha família toda em um restaurante da Zona Norte. Fazia um dia lindo, ensolarado. À tarde, recebi duas pessoas em casa e fomos ao cinema. O filme era Os Simpsons. Depois, café e conversas. No fim do dia, quando já chovia e era noite, jantamos em um restaurante árabe.
Eu pergunto: por que isso ainda está aqui assim, tão claro, com tantos detalhes? A cena não importa mais, as pessoas já não importam mais, eu já não me importo mais com nada disso. Não vale a pena ver de novo.

Assim como a minha casa, acho que minhas idéias precisam de uma faxina... Isso. Uma limpeza geral no computadorzinho aqui. Não tem mais espaço pra coisas novas, coisas boas.
Vou preparar baldes e panos.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

O fim

O olho deixou de brilhar. Depois, foi a memória que pregou uma peça. A cabeça já não funcionava como antes. O sorriso apagou-se. A respiração ficou sofrida, ofegante. Até que ele parou de bater. E então, fomos apresentados ao fim.

Mas o que é, de verdade, o fim? A sensação dolorida de nunca mais? A impressão de que nada poderá ser salvo, mudado? Você já foi apresentado a ele?
O fim intercepta o caminho sem permissão. Ele vem quando o relógio passa de 23h59min, e o dia acaba sem que se tenha percebido. Quando o amor se esvai abruptamente, é ele quem se impõe. O fim chega de mansinho quando bate a angústia na véspera de Réveillon, e se declara líder de todas as derrotas.

Mas sua mais amarga aparição é, sem dúvida, quando a vida termina. E hoje o fim foi cruel. Esperou a noite, trouxe ventania, chuva forte. O fim colocou-se imperativo depois de suaves aparições durante quase cinco anos. Cada dia ele marcava sua presença deixando um sinal, debilitando, devastando, apagando tudo o que mais amamos em alguém.
O fim é desleal. Não dá alternativas, não barganha, não negocia.

E depois do fim? Por favor, alguém sabe me dizer o que fica, o que acontece?
Nem é preciso citar que ele dá lugar ao vazio. Desorientação, desamparo.
E fica a pergunta: Se tivéssemos driblado o fim? Dado uma rasteira e merecido uma segunda chance? O que seria diferente?
Hoje eu não sei responder a esses questionamentos. Só consigo mensurar a minha dor. Meus olhos ardentes de lágrimas, meu desencanto, meu desespero.
Eis o fim mais triste que já vi.

domingo, 10 de agosto de 2008

Quando alguém escreve o que eu queria ter escrito

Falava esses tempos com o meu querido Feltes. Lá pelas tantas, ele me mandou a letra de uma música que eu queria ter escrito. Ou melhor, era daquelas trilhas para certos momentos da vida. O meu momento de agora. Sim, também tenho trilhas sonoras específicas, para episódios e fases. Mas esta, para ele, também fazia sentido, remetia a alguma situação, algo que fica melhor recordar com notas musicais. Divido este belo texto com vocês.

Em caso de dor ponha gelo
Mude o corte de cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema dê um sorriso
Ainda que amarelo, esqueça seu cotovelo
Se amargo foi já ter sido
Troque já esse vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada mil lágrimas sai um milagre
Caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa coma somente a cereja
Jogue para cima faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra penas viva apenas
Sendo só fissura ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena reze um terço
Caia fora do contexto invente seu endereço
A cada mil lágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal do sal do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas três dez cem mil lágrimas sinta o milagre
A cada mil lágrimas sai um milagre
Poesia de alice ruiz, musicada por Itamar assumpção

O dia deles

Eu faço parte do imenso grupo de pessoas que detesta datas comerciais. Só de pensar no Natal tenho calafrios. Sério. Aquela coisa de filas imensas, lojas estourando de gente, uma estupidez. As pessoas correm em busca de algo completamente sem sentido. Fora a obrigação de ficar feliz na Noite Feliz. Ui, chega, prefiro nem antecipar o sofrimento do final do ano.
Mas o dia de hoje é mais uma dessas datas. Para que este blog trascenda o texto confessional, vou me abster de falar sobre a relação que tenho com o meu pai. Não que ela não seja boa. Vamos ficar apenas com a coisa da comemoração e da luta por um presente bacana.

Dizem que o presente ideal é aquele bem supérfluo: algo que o cidadão não precisa e não compraria por achar um desperdício de dinheiro. Do contrário, se for algo de primeira necessidade, não se trata de um presente, e sim, de um serviço de utilidade, tipo tele-entrega na hora da fome. Há ainda o sinônimo de "lembrança", de "mimo". Fico com o sentido de lembrança. Algo a partir do qual o meu pai vai lembrar de mim.

Pois bem. Rodei o shopping angustiada na última sexta-feira. Tive o comportamento típico do indeciso: quando me dei conta, estava comprando coisas para mim e (pasmem!) me peguei circulando até entre os corredores da seção infantil de uma livraria.
Meia hora antes de começar a trabalhar, decidi me render ao primeiro presente que me ocorreu. Sim, um pijama.

Pode que muita gente pense ser este o presente mais chato da face da Terra e mais sem criatividade. Pode ser. Eu pensava isso das meias, mas hoje adoro ganhá-las de presente. O tempo muda nossas concepções sobre as coisas e as pessoas. Ainda bem.

No entanto, tenho certeza de que meu pai vai lembrar de mim sempre que usar o tal pijama. Isso porque quando estou em casa, esta é a roupa que mais gosto de usar. E quanto mais velho, melhor. O pijama tem uma coisa de proteção, de lar, de descontração. Por isso, no lugar de envergonhada, hoje de manhã, quando ele abriu a embalagem, fiquei satisfeita. Nada seria mais a minha cara do que um pijama. Talvez as canecas também fossem. Mas comprei canecas para ele no ano passado.

Quanto às comemorações, curto tudo como fazemos: o café da manhã tem o bolo que o meu pai mais gosta, os docinhos de nozes sem os quais ele não vive, e depois, o almoço é em casa, com direito àquele bate-papo (ou bate-boca, dependendo dos ânimos) pós-orgia-gastronômica.
Talvez este não seja exatamente o melhor dia dos pais (na verdade, aqui ninguém pergunta para o homenageado se assim está do seu gosto), mas é o que temos.
Sabemos que o silêncio dele e seu prazer em preparar a comida ao lado da filharada toda em volta, substitui qualquer discurso ensaiado.

sábado, 9 de agosto de 2008

Quebrando os pratos

Ontem fui a um restaurante grego. Já tinha provado da comida tradicional da Grécia quando estive no Canadá, mas quis repetir a dose ao lado de um casal de amigos muito querido aqui em Porto Alegre.

Pois bem. Olhando o cardápio, muita curiosidade, e muitas risadas também. Me decidi por uma espécie de lasanha com carne e berinjela. Se me perguntarem o nome da tal iguaria, eu não sei pronunciar e, menos ainda, escrever. Mas a parte engraçada veio depois: a sobremesa. No cardápio dizia algo do tipo: "Tradicional sobremesa grega, etc, etc..." Lá pelas tantas, citando os ingredientes do doce, eis que damos de cara com... Castanha do Pará. Mas como assim? Castanha do Pará na Grécia? Ah, não vamos exagerar, né? Mas boa comida, boa companhia e um final de noite de sexta agradabilíssimo.

E, como de costume, o melhor vem no fim: os pratos. A cultura grega tem essa coisa de quebrar os pratos, principalmente em casamentos, dizem que dá sorte. Pois quem comesse toda a comida ontem (que nem criança, limpando o prato!) ganharia um prato para quebrar no final. Neste restaurante só as meninas ganham pratos.
O lance é que, com um giz colorido, tínhamos que escrever todas as coisas das quais queríamos nos livrar em nossas vidas. Durante o jantar eu já estava mentalizando a minha lista! (risos)
Claro que, listados, entre outras coisas, estavam tristeza, medo, ansiedade e todos os males que nos impedem de sermos melhores.
A parte divertida foi quebrar os pratos. Minha amiga foi de leve. Quebrou em duas partes, depois os cacos foram diminuindo. Eu não. Quebrei de uma vez, com força. Até deu medo. (risos)
Tomara que o efeito seja imediato.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Vermelho e azul

Não, não vou falar sobre a rivalidade de Grêmio e Inter. Por favor, me desculpem os fanáticos por futebol, mas o mundo não é uma bola.
Pois essas duas cores podem servir, por um tempo, para definir humores e estado de espírito de quem duvida se está 100%. O vermelho, o baixo astral, a letargia. O azul, a euforia, a ligação em 220v. Isso, com muita sorte, quando o que o cidadão sente é decifrável. Mas aí são outros 500.
Trata-se de uma brincadeira de criança: dois lápis de cor para pintar quadradinhos ao longo dos dias. Cada nuance, um detalhe da personalidade. Mais forte, mais intenso, mais claro, menos importante. Um mosaico de nós mesmos.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Coisa rápida

Só pra não dizer que não falei de flores, registro o dia ensolarado (com frio, mas um lindo dia!), o início do meu curso de francês (adorei, adorei, adorei), só a professora e mais dois colegas (sim, estou cada vez mais seletiva, contra muvucas, gritarias e multidões), e estou doente.
Há milênios eu não adoecia. Uma dor de cabeça aqui, uma dorzinha na boca por causa do aparelho, coisa pouca.
Mas dessa vez a coisa é mais forte. Tenho certeza que essa coisa de imunidade baixa é real. Um espirro me derrubaria nos dias de hoje...
Prometo me inspirar mais depois que essa coisa ruim passar.
Beijos e abraços.

domingo, 3 de agosto de 2008

Contação de histórias...

Não achei o verbete no dicionário que tenho por perto, mas ele existe. Contação de história. Aprendi o que contação quer dizer numa das aulas do curso de Letras, que deixei de lado por uns tempos. Para as crianças, a contação de histórias é um momento mágico. Desperta a curiosidade e a imaginação voa longe. Contar coisas que valem a pena serem ouvidas.
Para os adultos interessados em ouvir (hoje as pessoas mais querem é falar e não ouvir), pode ser uma alegria ouvir uma história bem contada.
Pois hoje escutei (para trocar o verbo já tão repetido), mais uma vez, algumas histórias da juventude da minha mãe. Só faltou fechar os olhos para ver os flertes no ônibus a caminho do cursinho, os vestidos dos bailes (sim, a balada se chamava baile) e as fofocas de adolescente que ela tinha com suas amigas. Fora as implicâncias do irmão mais velho com os pretendentes e coisas do tipo. Que saudade de uma vida que não era a minha, mas parecia ótima: fora a coisa dos apliques no cabelo e do delineador nos cílios postiços, um arraso!
Tem vezes que acho que seria melhor ter sido jovem naquela época. É, as situações eram mais reais, mais esperadas, mais intensas.
Hoje, um cidadão pede o telefone e, depois de passar a noite com a criatura, no outro dia nem lembra acompanhado de quem estava. Hoje, é bonito querer ser livre, pegar todo mundo e rir da solidão. Isso deixando de fora coisas antiquadas como casamento, filhos e outras cafonices...
Ah, me poupe. Prefiro histórias reais a esse teatrinho ultrapassado.

sábado, 2 de agosto de 2008

A gente merece

Como eu sempre me atropelo mesmo, postei antes um negócio que aconteceu depois. Perdoem-me, meus raros leitores. Mas essa sou eu. Atrapalhada, bagunçada, mas boa de coração. (risos)

Sei lá se isso tá virando um diário virtual (minha experiência como leitora de blogs é recente, assim como a de escritora desse tipo de texto), mas tenho me sentido à vontade de fazer comentários, de explicar minhas confusões. Sério.
Numa dessas, até passo o endereço do blog para o meu psicanalista... vai adiantar bastante o trabalho dele... (risos)

Mas bem que esses escritos poderiam virar literatura decente... O blog poderia ser um espaço de crítica, de observações do cotidiano. Vai saber. Por enquanto, o que temos é o que a casa oferece.

Vamos ao que eu queria dizer: sabe aquela semana de trabalho pesada, cansativa, cheia de coisas pra fazer? Pois é. Tem quem termine uma dessas na mesa de um bar, com muita cerveja e muita música. Beleza.
Mas também vale a pena, e a gente merece, conversar bastante com uma amiga querida, degustando uma comidinha especial, num lugar bonito, bom de estar. A dica é a pizzaria Sálvia, na Capital. O destaque é a pizza de lombo com catupiry. E os caras mandam bem também na trilha: The Corrs.
A gente merece.

Do outro lado

Hoje fui ver o terceiro filme da minha listinha de mais esperados. Faltava Do outro lado. Depois de O banheiro do Papa e O escafandro e a borboleta, queria muito saber do que se tratava a história.
Uma dica: não se baseie nunca pelos resuminhos que acompanham os horários e as salas onde os filmes estão passando para escolher o que assistir. Sério. Não tem nada a ver mesmo. Alguém deveria iniciar uma campanha para que terminem com aquela meia dúzia de palavras que acabam com o tesão da criatura em ver o filme!
Passada a breve reclamação, vamos ao filme: vidas entrelaçadas, breves decisões que mudam o rumo de tudo, o que faz pensar, pensar e pensar. Gosto disso. Fora essa coisa Turquia/Alemanha, me faz bem ouvir outros idiomas, ver outras paisagens diferentes do que a gente sempre vê no cinema normalmente. O fim, aberto, deixa para cada um, de acordo com sua sensibilidade, concluir o que bem quiser.
Se é que posso, recomendo.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Um milhão de amigos

Esses dias que eu me dei conta. Estou mais só do que jamais estive.
Essa constatação veio quando fiz uma ronda pela agenda do meu celular perto do Dia do Amigo, para ver para quem mandar uma mensagem carinhosa. Quase ninguém valia a pena.
Uma coisa é certa. Há amigos temporários, instantâneos, para toda a vida, com interesses passageiros, e também esquecidos.
Mas eu me dei conta disso justamente num daqueles dias difíceis, dias em que levantar da cama pode ser perigoso e tudo pode desmoronar na cabeça de quem se atreve a levantar os edredons. É, vi que pouquíssima gente sabe que não ando 100% já faz algum tempo.
Tudo bem, eu sei disfarçar legal, não deixo meus problemas entrarem no ambiente de trabalho e, dificilmente, alguém me vê chorando pelos cantos. Sou teimosa demais pra isso.
Mas quem é meu amigo de verdade já deveria ter notado que meus olhinhos castanhos pararam de brilhar temporariamente. Que sou um fantasma por aí, que nem de perto lembro a mesma mocinha do ano passado: empolgada, feliz.
Mas aí é que tá. Nessas horas chatas, dá pra contar nos dedos quem se liga, quem pergunta algo (por mais chato que seja tocar na ferida...), quem se importa. É mais legal ter um milhão de amigos pra balada, pra fofocar divertido, pra fazer coisas legais. Ninguém quer ouvir lamentos. Só os amigos de verdade vêm com a paciência de fábrica, que se renova a cada revisão.
Por hora, tenho uns poucos em quem confio e para quem este texto não serve. São fiéis e entendem o porquê das minhas ausências, das minhas chatices, dos meus desisteresses. Um milhão de amigos para quê? Prefiro a minha meia dúzia que saca quando meu sorriso está triste.