terça-feira, 29 de julho de 2008

Peteleco

Estava titubeante se deveria ir para casa hoje. Essa chuvinha insistente, chata, deu preguiça até de levantar da cama, que dirá de sair de qualquer outro lugar sequinho, protegido.
Trabalhar pela manhã no dia seguinte me obrigaria a acordar mais cedo por causa da viagem até a firma. E mais todas aquelas desculpas que a gente inventa quando quer se convencer de alguma coisa.
A casa que eu me refiro é a dos meus pais. Eu teimo ainda de chamar de minha casa. Ela fica em outra cidade, próxima, mas parece estar em outro estado quando estou cansada ou em apuros.
A falta de algo interessante na geladeira do meu cafofo também pesou na minha decisão. E a carona de um amigo, providencial, idem.
Enfim, cheguei na casinha.
Ver em cima da minha cama (sim, ela está lá, do mesmo jeito que eu deixei há meses atrás) um presentinho, uns chocolates e minha caneca sobre a mesa da cozinha, pronta para um café quentinho, acompanhado de um belo peteleco (bolo de chocolate que eu comia muito na infância), foi de emocionar. Sério, me senti com uns oito anos.
No livro Mania de Explicação, da Adriana Falcão (eu vou falar nele várias vezes porque adoro e é ótimo!) a menina explica várias coisas, menos a felicidade.
Pra mim, hoje, a felicidade era aquele bolinho e um abraço de mãe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ufa, Betinha!! Agora não precisa pedir mais desculpas. Matou a pau. Era isso que eu queria ler. Um brinde, um luxo. A-do-rei.